Centenário do nascimento de Eduardo Loureço

O Município da Figueira da Foz assinala no próximo dia 28 de setembro, pelas 21h30, no Auditório Madalena Biscaia Perdigão, no âmbito das «5as. de Leitura», o Centenário do Nascimento de Eduardo Lourenço, professor, escritor, ensaísta e filósofo, considerado “um incansável pensador de Portugal, da sua identidade e destino, sendo unanimemente reconhecido como um dos maiores vultos da cultura portuguesa contemporânea”, refere a Câmara em comunicado.

Para esta sessão, moderada pela professora e crítica literária Teresa Carvalho, o Município convidou Guilherme d’ Oliveira Martins (ensaísta, professor universitário e administrador executivo da Fundação Calouste Gulbenkian), José Carlos Seabra Pereira (professor na Faculdade Letras de Coimbra e na Universidade Católica,  Coordenador científico do Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos; Diretor da revista Estudos  -CADC, Diretor do Secretariado Nacional para a Pastoral da Cultura – Portugal; membro do Conselho Executivo da Fundação Inês de Castro e do Conselho de Patronos da Fundação Arpad Szenes — Vieira da Silva)  e a editora Helena Rafael (Gradiva), que acompanhou e publicou inúmeros livros de Eduardo Lourenço.

Eduardo Lourenço é natural de São Pedro do Rio Seco, no concelho de Almeida, distrito da Guarda, onde nasceu em 23 de maio de 1923 e faleceu no dia 1 de dezembro de 2020, com 97 anos.

Eduardo Lourenço é uma figura incontornável do pensamento, da cultura, pela sua atividade criadora, da própria “vida” do país. Teve uma relevante e extensiva intervenção, desde a segunda metade da década de 40 do século passado, até quase ao fim da segunda metade da década de 10 deste século. Desde os tempos de Coimbra também, como discípulo do figueirense, Professor Doutor Joaquim de Carvalho, e mesmo antes da edição, em 1949, de Heterodoxia I, livro inicial que deixa logo uma marca permanente, com a fundação e colaboração na Vértice, os debates do neorrealismo, entre outras ações. Todavia, o seu estado de saúde, já em 2017/2018, não lhe permitiu mais escrever, intervir em todo o tipo de iniciativas culturais ou no Conselho de Estado, que a convite do Presidente da República integrou desde o início de 2016.

Publicou inúmeras obras, muitas premiadas: a Pessoa Revisitado – Leitura Estruturante do Drama em Gente foi atribuído o Prémio Casa da Imprensa (1974). Em 10 de Junho de 1981, é condecorado com a Ordem de Sant’Iago d’Espada. Pelo seu livro Poesia e Metafísica recebe, no ano de 1984, o Prémio de Ensaio Jacinto Prado Coelho. Dois anos mais tarde, é distinguido com o Prémio Nacional da Crítica graças a Fernando, Rei da nossa Baviera. Por ocasião da publicação da sua obra Nós e a Europa – ou as duas razões, é galardoado com o Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon, que distingue o conjunto da sua obra. Dirige, a partir do Inverno de 1988, a revista Finisterra – Revista de Reflexão e Crítica. É nomeado Adido Cultural junto da Embaixada de Portugal em Roma. É condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique (Grande Oficial). Recebe, no dia 1 de julho de 1992, o Prémio António Sérgio. Participa no Parlamento Internacional de Escritores que decorre entre 28 e 30 de setembro de 1994 em Lisboa. Pela sua obra O Canto do Signo recebeu em 1995 o Prémio D. Dinis de Ensaio.

Nos últimos anos, Eduardo Lourenço recebeu inúmeras distinções, entre as quais se destacam: Prémio Camões (1996), Officier de l’Ordre de Mérite pelo Governo francês (1996), Chevalier de L’Ordre des Arts et des Lettres pelo Governo francês (2000), Prémio Vergílio Ferreira da Universidade de Évora (2001), Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra (2001), Cavaleiro da Legião de Honra (2002), Prémio da Latinidade (2003), Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (2003), Prémio Extremadura a la Creación (2006), Medalha de Mérito Cultural pelo Governo português (2008), Medalha de Ouro da Cidade da Guarda (2008) e Encomienda de Numero de la Orden del Mérito Civil pelo Rei de Espanha (2009).

Doutor Honoris Causa pelas Universidades do Rio de Janeiro (1995), Universidade de Coimbra (1996), Universidade Nova de Lisboa (1998) e Universidade de Bolonha (2006).

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