Figueira da Foz recebe “A Noite”, de José Saramago

No âmbito dos 50 anos do 25 de Abril, a Yellow Star Company de Carla Matadinho e Paulo Sousa Costa, apresentam a peça “A Noite”, de Saramago. Esta obra chega agora ao Casino da Figueira da Foz, no próximo sábado, dia 13 de abril, às 21h30, e a Rádio Foz do Mondego está a oferecer bilhetes.

Em apenas quatro dias, a peça foi vista por mais de dois mil espectadores, 7 sessões sempre esgotadas. A peça vive a noite do 25 de Abril dentro da redação de um jornal da capital lisboeta. Temas como a liberdade e a verdade jornalística extraem-se das entrelinhas da peça, dando-lhe atualidade e pertinência.

“A Noite” conta com a encenação e adaptação de Paulo Sousa Costa e assistência de Luís Pacheco, também protagonista em cena. O elenco é protagonizado por Diogo Morgado, Jorge Corrula, João Didelet, Elsa Galvão, Ricardo de Sá, Henrique de Carvalho, Sara Cecília e João Redondo.

Ainda é possível adquirir os seus bilhetes no Casino da Figueira da Foz ou aqui. A peça é para maiores de 12 anos e os bilhetes têm um custo de 25€ por pessoa, num espetáculo com cerca de 90 min.

A Rádio Foz do Mondego, com o apoio da Yellow Star Company, vai oferecer 02 bilhetes duplos para poder ver a peça. Saiba como participar na nossa emissão online ou através das nossas redes sociais.

Sinópse:

Na redação de um jornal, em Lisboa, na noite de 24 de abril de 1974, a rotina vai ser interrompida pela discussão entre o redator da província, Manuel Torres, um jornalista de alma e coração que defende a verdade jornalística acima de qualquer outro interesse, com o seu chefe da redação, Abílio Valadares, homem submisso ao poder político, que aceita a censura aos textos sem questionar e que conta com o apoio incondicional de Máximo Redondo, o diretor do jornal. Torres, que não tolera a ideia de o jornal ser constantemente manipulado por terceiros, está em constante luta ideológica com a chefia. Ele é um idealista que vai lutar para que a verdade volte às páginas do “seu” jornal e terá como aliados Cláudia, uma jovem estagiária, e Jerónimo, o linotipista, chefe do turno da noite.

O conflito ganha uma dimensão ainda mais dramática quando surge na redação o boato de que poderá estar a acontecer uma revolução na rua. O chefe de redação proíbe que se publique qualquer notícia sobre o tema. A agitação e o nervosismo crescem no seio do jornal, com Torres e Jerónimo a exigirem que se confirme a veracidade dos factos e que os mesmos sejam notícia de primeira página no dia seguinte. Do outro lado da “barricada”, o diretor e o chefe de redação tudo fazem para desvalorizar a alegada convulsão social, na certeza de que não irão imprimir notícia alguma, nem que para isso tenham de alegar uma avaria nas máquinas dos linotipistas. Está instalada uma microrevolução na redação.

A incerteza cresce até que se consiga provar o que poderá estar a acontecer na rua. Mesmo depois de provados os factos, qual será a verdade que irá vencer? Haverá alguma notícia na primeira página da edição do dia seguinte? Ao longo de toda a ação, o contínuo do jornal, Faustino, que sabe mais do que aparenta e tenta manter uma atitude neutra, vai desconstruir alguns dos conflitos vividos na redação. Faustino é coxo de nascença e o seu andar atípico, que lhe dificulta a atarefada profissão de contínuo, visa ironizar sobre o estado do país e a velocidade com que o mesmo avança. Faustino simboliza o Zé-Povinho. Gosta quando o Torres o chama de Fastino que, segundo diz, era a sua alcunha quando “jogava futebol”, por ser muito rápido…

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