Pedro Santana Lopes anunciou data de abertura de centro de investigação municipal no Abrigo da Montanha
Na manhã da passada sexta-feira, 13 de dezembro, decorreu a sessão de abertura do 3.º Congresso de Adaptação às Alterações Climáticas da Região de Coimbra, no Auditório Madalena Biscaia Perdigão. A cerimónia contou com as intervenções de Emílio Torrão, presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM RC), Amílcar Falcão, reitor da Universidade de Coimbra (UC), Emídio Sousa, Secretário de Estado do Ambiente, e Pedro Santana Lopes, presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz (CMFF). O presidente da CMFF anunciou a abertura, no próximo ano, do Centro de Investigação municipal, no Abrigo da Montanha, prevista para 17 de fevereiro de 2025.
O congresso, organizado pela CIM RC, a CMFF e a UC, tem como principal objetivo proporcionar uma perspetiva atual sobre as alterações climáticas, identificando desafios e oportunidades, através das contribuições de oradores nacionais e internacionais de diversas áreas, como a técnica, científica e política.
Durante a sua intervenção, Emílio Torrão destacou que o evento reflete o compromisso da região em enfrentar os desafios globais das alterações climáticas com “determinação e inovação”. O presidente da CIM RC sublinhou que a região é “particularmente vulnerável” e enfatizou a necessidade de adotar medidas eficazes de mitigação e adaptação. Torrão apelou ainda a uma “ação imediata, consciente e coordenada”, manifestando o desejo de que o congresso seja um ponto de partida para novas colaborações na implementação de projetos ambiciosos.
Amílcar Falcão, reitor da UC, frisou o interesse da universidade nas temáticas relacionadas com as alterações climáticas e lembrou que a criação do Campus da UC na Figueira da Foz sempre teve em consideração estas questões. O reitor abordou ainda a erosão costeira na Figueira da Foz, considerando-a um “problema sério”, e alertou para os impactos da alteração da temperatura da água do mar na fauna marinha, que devem ser observados “com bastante cuidado” a longo prazo.
Emídio Sousa, Secretário de Estado do Ambiente, expressou satisfação pela crescente consciência coletiva sobre a situação climática e a necessidade de ação. O governante destacou o empenho do Governo em planear o futuro, nomeadamente nas áreas das metas carbónicas e das energias renováveis. Sousa sublinhou que Portugal está a dar passos significativos em direção à redução das emissões carbónicas e apontou as metas para a reindustrialização da Europa como uma oportunidade histórica.
O Secretário de Estado também lançou um desafio para a região Centro no combate aos incêndios florestais, propondo a criação de uma floresta mais resiliente, com espécies autóctones, e a implementação de faixas de gestão florestal. Anunciou ainda que o Governo tem um investimento de 600 milhões de euros reservado para os próximos 20 anos em operações de gestão integrada da paisagem.
Pedro Santana Lopes, presidente da CMFF, destacou a aprovação do investimento necessário para o “big-shot” no valor de cerca de 30 milhões de euros, que beneficiará especialmente a zona da margem sul. O autarca sublinhou a importância de um sistema de regulação e monitorização eficaz, referindo o “by-pass” como um investimento crucial para melhorar o planeamento e prevenção de fenómenos climáticos.
O presidente da CMFF também anunciou a abertura, no próximo ano, do Centro de Investigação das Correntes Marítimas, dos Movimentos de Areias e das Alterações Climáticas, prevista para 17 de fevereiro de 2025. Este centro, considerado pelo autarca como “talvez o primeiro centro de investigação municipal”, terá como foco o estudo dos fenómenos do comportamento das correntes marítimas e dos movimentos de areias, questões que têm sido alvo de atenção na região há décadas.